A Relação entre o Desenvolvimento Motor e a Educação Domiciliar

O desenvolvimento motor é um processo contínuo de mudanças na capacidade funcional e está totalmente relacionado com interação do indivíduo com o ambiente no qual está inserido. Segundo Gallahue (2013), “vários fatores que envolvem capacidades de movimento e performance física interagem de modo complexo com o desenvolvimento cognitivo e afetivo.”

De acordo com o NCPI (2022), a primeira infância (período entre o nascimento até os 6 anos de idade da criança) constitui uma etapa fundamental nesse processo, visto ser a etapa onde acontece o desenvolvimento de estruturas e circuitos cerebrais, assim como a aquisição de capacidades que possibilitarão o aprimoramento de habilidades futuras de maior grau de complexidade.

Segundo Rehen (2012), os neurônios-espelho permitem o aprendizado por meio da imitação, ou seja, reprodução de comportamento.

Considerando todas as afirmações acima, surge um questionamento: em que tipo de ambiente é saudável que a criança seja educada?

DeMar (2014) afirma: “Os cristãos que acreditam na existência de uma arena de neutralidade e imunidade em que humanistas e cristãos podem discutir temas baseados no estudo “objetivo” dos fatos. Infelizmente, os humanistas jamais adotaram o mito da neutralidade, ao passo que o vendiam a nós por um alto preço. Enquanto vendiam aos cristãos […] os humanistas promoviam e implementavam sua cosmovisão em todas as áreas da vida. Desafortunadamente, muitos cristãos ainda acreditam que a neutralidade é possível e que os humanistas buscam a neutralidade na educação. Nada poderia estar mais distante da realidade. Todos os fatos são fatos interpretados, e os humanistas buscam interpreta-los sem qualquer consideração por Deus e sua Palavra. O Estado determinou o padrão pelo qual devemos interpretar os fatos.”

Somos o gênero humano, pertencentes todos à mesma categoria, portanto, os mesmos princípios aplicam-se à todos, independente da cultura na qual o ser humano esteja inserido. Seguir tais princípios é opcional, porém a verdade é absoluta, visto o próprio conceito da palavra implicar tal caráter. Cabe-nos descobrir, então, qual é a Verdade.

Partindo do pressuposto que Deus existe e a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, precisamos comprová-la por fatos. É necessário colocar as Escrituras à prova através da ciência. Afinal, se cremos, conforme está escrito em Hebreus 11, que a fé é a prova, não teremos dificuldade em encontrar evidências.

O sistema escolar ensina biologia à partir da teoria darwiniana. Darwin defendia a ideia de que as espécies mudam ao longo do tempo, dando origem a novas espécies que compartilham de um ancestral comum. Haeckel tentou comprovar isso mostrando que todos os vertebrados tem o mesmo embrião, porém, conforme publicado pela Revista Science, em 1997, seus desenhos eram uma fraude. Portanto, tal visão não passa de uma teoria que não tem o amparo de sequer uma evidência científica.

Em comparação, quando lemos as Escrituras Sagradas, no livro de Gênesis está escrito: “No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre as águas. Então Deus disse: — Haja luz! E houve luz.” Quais evidências científicas, por sua vez, amparam tal afirmação?

Os quarks foram observados pela primeira vez em 1960 dC, e são a menor partícula existente no universo, são tão pequenos que não são considerados matéria, sendo resumidos à uma vibração sonora. Os quarks formam os prótons e os neutrôns, que compõe o núcleo do átomo, e tudo à nossa volta é formado de átomo. Ou seja, tudo surgir à partir de uma vibração sonora. Além disso, em 2021, foi publicado na Revista Science a conclusão da pesquisa a respeito do mapeamento genético humano. Tal estudo científico comprovou que o ser humano não possui milhões de anos, o que, por sua vez, impossibilita associar o gene humano ao gene do macaco.

Portanto, conclui-se que o ensino deve ser pautado pelas Escrituras Sagradas não porque o cristianismo é uma religião, mas porque é a Verdade. Ou seja, a criança deve aprender biologia, história e as demais disciplinas à partir da cosmovisão cristã, pois a verdade promove liberdade. E a educação domiciliar proporciona esse ambiente.

Lemos também, em diversos momentos nas Escrituras Sagradas, a relação do aprendizado da Verdade com a saúde física, como, por exemplo, no livro de Provérbios, onde está escrito: “Confie no Senhor de todo o coração e não se apoie no seu próprio entendimento. Reconheça-o em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas. Não seja sábio aos seus próprios olhos; tema ao Senhor e afaste-se do mal. Isso dará saúde ao seu corpo e vigor aos seus ossos.”

Em 2022, através da Universidade Regional de Blumenau com parecer favorável do comitê de ética, foi realizada uma pesquisa com um pequeno grupo de crianças da comunidade do Classical Conversation de Blumenau, em Santa Catarina, onde observou-se os benefícios da educação domiciliar no desenvolvimento motor das crianças. Das cinco crianças participantes da pesquisa, duas apresentaram desenvolvimento motor superior ao esperado para sua idade, outras duas apresentaram resultado adequado para sua idade e apenas uma criança apresentou resultado abaixo do esperado para sua idade. No entanto, foi relatado pela mãe da criança (cujo desenvolvimento motor apresentou-se abaixo do esperado) que esta havia sofrido um trauma em ambiente escolar entre os 4 a 5 anos de idade, desenvolvendo, inclusive, dermatite atópica na época.

Portanto, percebe-se que educação é invariavelmente inserir alguém em uma cultura, assim como inserir uma cultura em alguém, tendo em vista um propósito específico (TURLEY, 2018). Toda educação é, em essência, religiosa, porque resulta na separação do indivíduo para alguma finalidade, seja servir a Deus ou ao Estado (BLUEDORN, 2016).

É de conhecimento geral que a educação moderna visa promover uma dicotomia entre ciência e fé, de modo a impedir o indivíduo de encontrar os valores transcendentes e eternos daquilo que é verdadeiro, bom e belo, privando-o daquilo que o faria tornar-se verdadeiramente humano ao desenvolver uma alma equilibrada. Os educadores clássicos, por sua vez, enxergam as disciplinas como uma rede, não autônomas ou isoladas (PERRIN, 2018). Além disso, o autor Silva (2008) afirma que a família é o mais poderoso sistema de socialização para o desenvolvimento saudável da criança. Magill (1984) diz que a transferência de aprendizagem é a influência da experiência prévia no desempenho de uma habilidade em um contexto diferente ou no aprendizado de uma nova habilidade. Considerando isso, podemos entender que a aprendizagem no ambiente domiciliar dá para a criança o fundamento necessário para que haja a transferência da aprendizagem para o ambiente social.

Por fim, cito a sábia afirmação de Phillip E. Johnson, que disse: “Aquele que afirma ser cético em relação a um conjunto específico de crenças é, na verdade, um verdadeiro crente em outro conjunto de crenças.”

Artigo por Dra. Andrezza Milke Cristã, Fisioterapeuta e Mercadóloga

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLUEDORN, H. Ensinando o trivium; Estilo clássico de ministrar a educação cristã em casa. Monergismo, 2016.
DARWIN, C. A origem das espécies. Martin Claret, 2014.
DEMAR, G. Quem controla a escola governa o mundo. Brasília: Monergismo, 2014.
GALLAHUE, D. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre: AMGH, 2013.
MAGILL, R. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Blucher, 1984.
NCPI. Primeira infância. Disponível em: <https://ncpi.org.br/primeira-infancia/#:~:text=A%20primeira%20inf%C3%A2ncia%20compreende%20a,de%20habilidades%20futuras%20mais %20complexas.>.
PERRIN, C. Introdução à educação cristã clássica. Trinitas, 2018.
REHEN, S. Neurônios-espelho. Revista FAPESP, edição. 193, 2012.
SCIENCE. Setting the embryological record straight. 1996. Disponível em: <https://www.science.org/content/article/setting-embryological-record-straight>.
SCIENCE. The complete sequence of a human genome. Vol. 376, 2022, p 44-53. Disponível em: <https://www.science.org/doi/10.1126/science.abj6987>.
SILVA et al. Variáveis da família e seu impacto sobre o desenvolvimento infantil. Temas em Psicologia, vol. 16, n. 2, p. 215-229, 2008.
TURLEY, S. Educação clássica vs. Educação moderna: A visão de C. S. Lewis. Trinitas, 2018.
WORLD SCIENTIFIC. Quarks. 2010, p 212-240. Disponível em: <https://www.worldscientific.com/doi/abs/10.1142/9789812836854_0015>.

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